Hoje é o dia das eleições 2008

Hoje é o dia das eleições 2008

RESPOSTA AO ARTIGO DE DENIS PEREIRA

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008




Diante do texto enviado-me no dia 21 de novembro de 2007 (aqui), e com o "nó na garganta" que me causou desde que o li, vejo-me numa situação que não poderia de forma alguma deixar de respondê-lo.

Em primeiro lugar agradeço-lhes, como você mesmo expôs, pela sinceridade nas palavras tecidas em cada linha.

Em segundo lugar, sobre o de eu ser bochechudo, não vejo problema algum nisto. Pois afinal é melhor ter bochechas salientes a ter uma cara de pau que alguns têm, como muitos que se dizem fazer a diferença, mas que na realidade a diferença que fazem é lutar pela implantação de um política barata, de perseguição e mesquinharia, não é verdade?!

Sou chato e inconveniente, e daí? Metralhar o reinado do mal e um rei em decadência, meu amigo, não tenho esta pretensão. O que quero mostrar é o que para mim é óbvio há muito tempo.

Que bom que você entendeu a história das empregadas. Mas é uma pena que muita gente pensa que não é assim que deve ser: o político é o nosso empregado; pagamos impostos que nos custam, aproximadamente, 05 meses de trabalho no ano. E esses mesmos políticos tentam nos iludir com frases como “trabalhar demais”, imaginando que somos, talvez, seres irracionais. Meu amigo Denis, não sou mal intencionado em meus textos, trago toda lucidez possível que um “rapazinho, um jovem mancebo” pode trazer.

Achar que as pessoas “vão começar a refletir” sobre os desmandos e descasos de tudo isso que se tem noticiado não é minha aspiração. Acho apenas que a venda posta nos olhos de muitos estão começando a cair e não porque eu venha, ultimamente, escrevendo sobre a política em nossa cidade, mas porque os mesmos que colocaram as referidas vendas, “atiraram contra o próprio pé” e começaram, eles mesmo, a desatar o bendito nó das vendas.

Não ligo se o que escrevo irá prejudicar, de algum modo, o nosso município, e muito menos se um império vai continuar, pois não sou um adepto do sistema imperialista, nem, muito menos, monarquista. Sou adepto sim, do sistema republicano democrático, onde não há necessidade de ir até um castelo para suplicar a seu ninguém, por exemplo, um frasco de dipirona.

Sobre o exército de perseguidores covardes e impiedosos que o rei poliu e amamentou ano após ano nas regradas tetas do poder? Não são “bichinhos e coitados”, meu caro. São covardes e traiçoeiros, isto sim. Eles vêem como única possibilidade de crescimento de um reinado fadado ao fracasso a injúria, a difamação e a calúnia...Perdoa-lhes, Senhor, eles não sabem o que fazem!

Tomar terrenos de gente desempregada e sem moradia, humilhar pessoas inocentes por conta de contratos que custam à alma e realimentam o sistema não é novidade, meu caro. Na realidade não consigo entender a sua surpresa. Estas barbáries não vêm de hoje. Talvez tenhas esquecido de fatos acontecidos num passado não muito remoto, como é o caso dos atendimentos pré-agendados com uma pessoa que se autodenomina "rei", onde se fazia necessário anotar número de título eleitoral (prá que?).

Não há necessidade de ter piedade com quem não faz jus a isto. E as mentiras tantas vezes pregadas, os contos da carochinha? Não sei onde devam contar, talvez em outro terreiro, para outras "pessoazinhas".

Na realidade já pensei quão grande deve ser a dedicação para se chegar aos pés do rei. Meus pais liam bastantes estórias de reis e rainhas na minha infância. Existiam os bobos da corte que tinham uma única tarefa: entreter o rei. E numa daquelas (estórias), um certo bobo foi jogado no calabouço, por não ter a competência necessária para fazer o rei soltar boas gargalhadas. Pergunto: será que alguém tem medo de castigos como este? Parece que sim, porque, simplesmente, o presente pelo divertimento de um rei pode ser comparado hoje, por exemplo, a um emprego público, e que não tiver competência bajulatória será jogado na rua da amargura (é assim que funciona).

Sobre o seu amigo, aquele que tem no apelido poucas letras, sei quem é. Um amigo meu, disse-me que um dia quando conversava com o mesmo, depois de tantas doses de certa bebida, ele tomou a chorar e lamentar de uma discussão que havia enfrentado com um certo rei-eterno, quando este disse-lhe que teria um pequeno curral eleitoral e por isso o havia preterido a um certo cargo político que desejara ocupar. É a isso, a este tipo de atitude que você chama de renunciar convicções? As convicções de pessoas como estas são resumidas a desejos por um cabide de emprego.

Quase doutor, não, Dênis. Pode chamar de Doutor. Não que eu seja pretensioso, mas porque quero tratamento igualitário. Tem gente por aí que nem terminou curso ainda e é chamado de doutor apenas por andar, ultimamente, com uma mera gravata pendurada no pescoço. Mas deixa isso prá lá, talvez para esse tipo de gente, “os doutores da vida”, gravata deva ser sinônimo de uma mera expectativa de conclusão de um curso superior.

Sobre aquela professora que falou: "Meu sonho é ver a cabeça de Shalako bolando pelas calçadas". Não sabe a pobre educadora que apesar dos pesares, há muito, a guilhotina já deixou de ser instrumento de capitação de seres humanos. Afinal, o absolutismo foi derrubado! Ou será que ela quis falar sobre um tal decreto? Mas nunca trabalhei na prefeitura para ser guilhotinado...apesar de ter passado entre as primeiras colocações no concurso público. Sei lá o que pensam essas “mentes brilhantes”.

Pessoas infectadas por aqueles meus folhetins...essa foi boa. Faz-me até rir. Na realidade as pessoas estão acordando de um sonho; estão começando a perceber que o sonho, na realidade, é um terrível pesadelo; que a ditadura é um péssimo sistema de governo, não apenas por ferir os ideais democráticos, mas, também por retirar a dignidade da pessoa humana. Ou você acha que se prostrar a um sol escaldante numa fila enorme, a fim de buscar uma feira de emergência, e que esperar das 8h até ás 13h, a fim de pedir uma “autorização” para buscar remédios pagos por nós mesmo, é dignidade?

Não entendo o porquê de meus textos serem perturbadores, pois não retrato nada além do que é racionalmente perceptível... talvez devam possuir mesmo algumas “verdades inconvenientes”.
Olhe! Em nome da amizade que tens as minhas tias Corrinha, Wanda e Zenite, e em nome da nossa amizade, tenho um pedido a lhe fazer: não torne a suplicar-me paciência com o reinado. Ele não está acabando, ele já acabou.

Acredito que não basta a imprensa paraibana "meter o pau" no deputado sem proposta, o povo ridicularizar o rei na cara dele e no meio da rua, escândalos federais (e como você diz, “e bota federal nisso”) com aliados do rei (esses aliados seriam o do adeus e o seu amigo, o de poucas letras no nome?), os processos por desvio de recursos condenando este miserável e seus asseclas, a reprovação popular aos atos de plena insanidade de um homem desesperado assessorado por outros perturbados, cada um querendo fazer uma m*rd* maior que a outra para arrancar aplausos do rei, pois vejo que é chegada a vez do povo.

Meu amigo Dênis, toda esta lama que está sendo tornada pública, não é culpa minha. Não me culpe por isso. Quero hoje dormir em paz. Quero deitar-me, acomodar minha cabeça num travesseiro e ter bons sonhos, esperando, desde já, que a tempestade logo passe, pois ao final, já diz o popular, vem a bonanza; não é mesmo?!

Despeço-me, desejando-lhe um feliz 2008.

Viva a democracia! Abaixo a ditadura!

Por Shalako Tavares

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