Hoje é o dia das eleições 2008

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DESABAFO DE UM LOUCO

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Minha extrema incompetência na arte da escrita é notória. Sou mais um daqueles que tentam enganar e deturpar os que muito trabalham pela a humanidade. Criticam-me pela pouca habilidade na composição de artigos e duvidam da minha lucidez.

Pareço mais um louco, é verdade!

Querem que seja verdade o que não é..., se fazendo de cegos ao que é óbvio, não usando o que mais precioso tem o bicho-homem: a racionalidade. Querem calar a minha voz. O estampido do grito não me perturba. Sou um plagiário. Tudo o que digo já foi um dia copiado por alguém. Todas as palavras são existentes.

Posso ser louco, ser cego. Posso ser mais um alcoólatra que vive vagando de bar em bar. Posso ser também uma grande prostituta e um dileto presidiário. Posso ser também a filha que foi estuprada pelo pai e tenta esconder tudo da mãe; a mesma que quando cresce “dá para vida”. Na realidade sou um ser que traz consigo os grandes estigmas de um sistema que você, a mesma pessoa que me empresta o nome de “ladrão de idéias”, acha bonito ver.

Quantas idéias foram-me emprestadas. Noites a fio e meu trabalho não passa de um “ctrl C-ctrl V”.

Amigo, não me critique por não pensar como você; não me critique por não falar: “Heil, my Führer”. Não falo expressões como essa por ser louco, mas por não acreditar nas idéias que diuturnamente são pregadas.

Sou um plagiário, é verdade. Sou mais um Drumond de Andrade que tenta tirar a pedra do meio do caminho. Sou mais um Lobato que acha que a Emília é corrupta e que o Visconde é apenas um sabugo de milho sem vida. Sou um Lewis Carroll, mas às aversas, pois, no fundo, acredito que Alice fez de seu país das maravilhas mais um amplo de perdição, mais um prostíbulo que sacia o prazer da famigerada “Indústria do Poder”. Sou, também, um Exuperry, por acreditar que a estrela cadente que poderia me levar a outro mundinho é a mesma que “vai brilhar para sempre”.

Não me critique. Sou feliz assim.

Sou mais um da “geração Coca-cola”. Acredito que sou, aliás, tenho certeza que sou, e mais, apesar de ser um momento oportuno, não quero cantar Vandré novamente, não quero cantarolar “Prá não dizer que não falei das flores”.

Luto, aliás, tento lutar. Isso faz parte da minha loucura. Dizem que sou louco por pensar assim. Acredito que louco é quem me diz, e não é feliz.

Se eu não lutasse, não haveria problema, pois, como você mesmo escreve, arranjo qualquer texto por aí e, depois disso, o subscrevo.

Queria não passar esta impressão que transpareço a você. Queria ser um Bertold Brecht e recitar o poema “O Vosso tanque General, é um carro forte”, como ele foi feito, desta forma: como ele ompradoruídaea vocar. minha loucura. onder tudo da ma

O Vosso tanque General, é um carro forte
Derruba uma floresta esmaga cem Homens,
Mas tem um defeito
- Precisa de um motorista
O vosso bombardeiro, general
É poderoso:
Voa mais depressa que a tempestade
E transporta mais carga que um elefante
Mas tem um defeito
- Precisa de um piloto.
O homem, meu general, é muito útil:
Sabe voar, e sabe matar
Mas tem um defeito-
Sabe pensar

Para quê recitar... pensar? Sou mais um louco dessa vida de meu Deus. Mais um daqueles que tentam fazer alguma coisa, além de cruzar os braços, como faz você.

Sou insistente, isso faz parte do comportamento de um louco, passo em sua homenagem “O Analfabeto Político” de Brecht, assim:

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia
a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo

Posso ser louco e plagiador, e o que você quiser mais que eu seja. Mas de uma coisa eu tenho certeza: sou corajoso. E não venha querer dizer-me que sabe como acabam os corajosos... pois te direi como acabam os covardes!

Sou brasileiro: Sou mais uma Maria, mais um João, mais um Severino, mais um José, mais um Raimundo, mais uma Sebastiana, mais uma Francisca. Sou um pequeno ponto no nada, um cidadão esquecido no meio da multidão. Sou um plagiador, um larápio de pensamentos, e até mesmo mais um demente, esquizofrênico ou qualquer coisa do gênero, mas de uma coisa eu tenho certeza: apesar de escondido por trás de rabiscos, faço você refletir.

Por Shalako Tavares

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