Hoje é o dia das eleições 2008

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É POSSIVEL SEPARAR O BEM DO MAL

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Derrubaram o muro!

Derrubaram tudo e ainda pisaram a grama e as flores que insistiram em crescer por entre as frestas deste muro.

A poeira de cimento e lágrimas, como na música, encobriu os olhos, os semblantes e as vergonhas dos que se aglomeravam para assistir a queda do muro metafórico que um dia delimitava a moralidade, o respeito, o caráter, a decência a virtude e a honrar destes políticos medíocres.

O nosso povo, que a tudo assiste pasmo e calado, espera que a deusa do esquecimento não os abandone, como o caráter e a honra abandonaram seus representantes na casa Avelino Elias de Queiroga.

Soubessem eles quem foi Dr. Avelino Queiroga, patrono daquela casa, teriam um pouco mais de respeito. Certo é quê, o que se faz na calada da noite, é soprado ao ouvido do povo pelos querubins da verdade que ainda insistem em acreditar na velha terra de Maringá.

O velho Chico Pereira, Paulo Pereira, Ruy Carneiro, Janduy, Dr. Atêncio, Dr. Avelino, Jovem Assis, José Benigno de Sousa e outros políticos que foram o alicerce e a coluna principal que manteve este muro de pé, já não mais estão entre nós. Eram pessoas que sabiam fazer política com respeito aos adversários e ao povo. Nenhum destes, sendo vencedores ou derrotados, fechavam as portas da suas residências ao povo, fosse ele seguidores ou adversários.

Lembro que quando um dia Chico Pereira foi questionado por um correligionário por ter dado emprego de professora a uma filha de um adversário político do grupo por ele liderado, a resposta sabia foi a seguinte:

-- Os que estão com a gente são nossos amigos; os que estão com nossos adversários não são meus inimigos.

Hoje se tratam como inimigos quaisquer eleitor ou cidadão que se oponha ou se coloque no caminho entre as mentiras desmandos ou uso indevido do poder como, por exemplo, subjugar pessoas ou desrespeitar as dores alheias na despedida dos seus mortos.

Dizia-se que Chico Pereira era uma "raposa na política". Só que o sentido de "raposa" era por ele ser astuto, esperto e vivo na arte de fazer política e nunca por tentar humilhar ou subjugar os eleitores. Vejam que eu estou afirmando que os políticos subjugam e humilham os eleitores e nunca seus pares: estes eles simplesmente mandam surrar ou aplaudem quando são exterminados.

Não tenho noticias que Dr. Avelino ou Dr. Atêncio tenha deixado de atender um paciente por este ser desta ou daquela legenda. E olhe que na Pombal da década 1960 e 1970 as pessoas tinham "tatuados" em suas testas o grupo ao qual pertenciam politicamente.

Até duvido se hoje Dr. Fulano ou Dr Ciclano receberia em seu consultório médico odontológico um eleitor de Polyana.

Já vi e ouvi muitos foguetões espocarem e iluminarem os céus de Pombal, seja a mando de Chico Pereira seja a pedido de Dr. Avelino e isto sempre festejando acontecimentos políticos como a chegada de um Governador ou de um Senador a nossa cidade. Porém, não tenho notícia que estes homens de moral e caráter tenham iluminado os céus de Pombal em comemoração a morte de um inimigo político.

Isto só veio a acontecer por que não mais existe aquele muro que delimita o respeito pela pessoa humana e pelas famílias.

O poder tem embargado a visão dos políticos de Pombal. Não se trata, infelizmente, da busca do poder para querer fazer pela cidade e sim pela vaidade de ter em suas mãos a força de uma caneta. Algo assim como faziam os senhores de engenho, que extraiam do suor dos seus escravos toneladas de açúcar e lhes negavam a garapa da cana. Quantos negros perderam os dentes por serem flagrados chupando um talo de cana no meio do eito por eles plantado? É esse o poder que se busca em Pombal.

Este muro que nos separa da mesquinharia deve ser erguido novamente para que, de uma lado fique, no esquecimento, os políticos medíocres e do outro os que ainda deles pode-se aproveitar algo de bom.

Este muro só pode ser erguido com a mão de obra do eleitor, alicerçado na argamassa do voto.


Por Jerdivan Nóbrega Araújo

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