UM ANO SEM JAIRO - Por Ignácio Tavares

O dia 26 de Setembro ficará marcado para sempre na memória do povo, assim como, na história política de Pombal. Ninguém esperava que o jovem executivo e benfeitor, partisse tão cedo, justo no momento em que povo, quase na sua totalidade, se vangloriava por ter confiado a administração do município a um cidadão, simples, educado, portanto, de fino trato. A sua presença, em qualquer que fosse o ambiente, causava euforia e satisfação a todos que o cercavam.

Com certeza foi este fato que o inspirou a trabalhar cada vez mais em prol da sua comunidade, que há muito tempo estava firmemente a acreditar que dias melhores haveriam de despontar no horizonte. O povo não estava enganado, posto que, o empenho do jovem prefeito, na busca de benefícios para o município, já era uma demonstração de amor e respeito à função que lhe fora confiado.

Muita gente não sabia quem era aquele estranho moço de sorriso fácil e olhar tranquilo. Quando foi apresentado ao povo, a sua elevada estatura chamou atenção de todos que o viram pela primeira vez.

Ao lado dos supostos “aliados” parecia ser um gigante. Realmente foi um gigante na defesa dos interesses dos seus conterrâneos, em particular daqueles considerados mais necessitados. No decorrer da sua administração, com muita tranqüilidade enfrentou a ira dos “aliados”, que, de forma indisfarçável pretendiam transforma-lo numa figura decorativa à frente do executivo municipal. Ele percebeu que esse movimento conspiratório, em andamento, era coordenado pelo chefe dos “aliados”.

Não pensou duas vezes, pois, no momento oportuno chutou o pau do barraco, desmontou a armadilha, preparada nas caladas da noite, que, com certeza, repito, visava unicamente boicotar e tumultuar a sua administração.

Se tudo desse certo, Jairo recebia um a diploma de incompetente e a partir daí, o grupo partiria para uma segunda etapa que era a de fazer renascer os feitos da administração anterior, com certo estardalhaço, o que consagraria o ex, para sempre, como o maior e melhor administrador de todos os tempos, às custas de um golpe criteriosamente programado, posto em prática de forma ostensiva e humilhante. O tiro saiu pela culatra e os ¨aliados¨ tiveram que se curvar a um neófito na política, que de bobo não tinha nada.

A primeira atitude de Jairo, logo após o rompimento com a trupe dos “aliados”, foi libertar-se do anel de fogo que o cercava e boicotava a sua administração. Formou o seu secretariado via convocação de pessoas da sua extrema confiança, sobretudo capacitadas para o exercício das funções, para as quais foram designadas.

A partir daí, pôs em prática um novo paradigma administrativo fundamentado no trabalho e respeito ao erário público e ao povo, que, sem dúvida, é o beneficiário final da cadeia administrativa.

O novo modo administrativo implantado por Jairo, criou condições ideais para uma maior articulação da administração municipal com órgãos federais e estaduais, com o objetivo de angariar recursos para o financiamento de projetos considerados estratégicos para o desenvolvimento econômico do município e ainda atender as carências sociais, em particular dos segmentos menos favorecidos da sociedade, assim como a prestação de serviços médicos e hospitalares, de primeira grandeza, entre outras atividades consideradas da inteira responsabilidade da administração municipal.Foi a partir desse momento que o povo começou a perceber a diferença entre a administração de Jairo e a anterior.

As diferenças são marcantes, postos que, a administração anterior tinha como prioridade maior manter a cidade limpa, pagar a folha de pessoal em dia e a realização de alguns tímidos projetos nas áreas sociais, com destaque para educação e saúde.

A base econômica do município permaneceu estagnada pela ausência de projetos e incentivos que permitissem a realização de investimentos indispensáveis a retomada da prosperidade. Nesse aspecto foi nota zero.

A administração de Jairo, além de ir mais longe, no do que diz respeito ao aprimoramento dos serviços de educação e saúde, conseguiu negociar com as instâncias federias e estaduais diversos projetos de caráter social e econômico.

Atraiu pesados investimentos na área de educação superior que repercutiu na indústria de construção civil, na valorização dos aluguéis, por conseguinte, na circulação de mais dinheiro no sistema econômico que, por sua vez, movimentou os demais setores, cuja resposta foi a geração de mais emprego e renda. Dessa forma a economia do município, na administração de Jairo, que infelizmente durou apenas dois anos e nove meses, exibiu evidentes sinais de prosperidade, fato este que não corria há muito tempo.

Assim sendo, por mais que os seus adversários se esforcem para apagar o seu nome da memória do povo, em função do seu período administrativo, fecundo e criativo, com certeza não lograrão sucesso, porque o povo sempre guarda na memória os bons acontecimentos, principalmente quando esses acontecimentos são recentes e raros.

A ausência de Jairo no cenário político local nos remete a uma reflexão sobre o futuro da nossa terra.

Pra ser mais claro, nos remete a algumas perguntas: e agora pra onde vamos? Qual caminho a seguir? Confesso que não sei, mas muita gente com certeza sabe. Abraços e até breve.


Por Ignácio Tavares
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